Onda de frio: 7 cuidados para ter com as crianças no inverno

Confira as dicas do Dr. Cândido, nosso pediatra parceiro, para ter uma temporada de frio tranquila!

Quando o inverno chega, muitas famílias ficam preocupadas com as famosas doenças sazonais, como as gripes e resfriados. Pensando nisso, conversamos com o pediatra parceiro do Ranieri, o Dr. Cândido Rodrigues da Costa Junior, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Pediatria desde 1975 e especialista em Pediatria pela mesma, além de pós-graduado em Pediatria pelo Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, para tirarmos todas as dúvidas acerca dos principais cuidados que devemos ter com as crianças e, principalmente, com os bebês, no inverno.

De acordo com o Dr. Cândido, as crianças recém-nascidas até os 3 anos de idade, têm uma imunidade mais frágil e que ainda está em desenvolvimento, continuando a se aperfeiçoar até o 5º ano de vida. Dessa forma, quanto mais baixa a idade, mais suscetível a criança fica a processos infecciosos no outono e inverno, sendo, na sua maioria, respiratórios.

Confira alguns cuidados e hábitos que podemos ter em casa para ajudar as crianças nessa época mais fria do ano!

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Principais cuidados com os bebês no inverno

Manter um ambiente estável de temperatura e umidade

Mas afinal, qual a temperatura ideal para um ambiente em que está uma criança de um ano de idade, por exemplo? O Dr. Cândido  afirma que a melhor temperatura seria entre os 22ºC e 24ºC. Mas não só a temperatura é importante. Temos que nos preocupar também com a umidade do ambiente e tentar sempre mantê-la entre 60% e 70%.

Isso porque, no outono e no inverno, temos um ar mais seco. Então, precisamos umidificar o ambiente, para que o ar chegue umedecido para a criança. 

Além disso, você sabia que o melhor horário para realizar essa umidificação é durante o dia? Ela pode ser feita de vários modos. Confira:

  • Garanta que a criança está ingerindo água regularmente, principalmente as crianças acima de 6 meses, pois isso contribui com a limpeza da garganta;
  • Aplicar soro fisiológico, realizando a limpeza nasal, de 3 a 4 vezes por dia;
  • Umidificar os olhos, com colírios lubrificantes.

Lavar as mãos

Tudo para a criança é aprendizado! Então, desenvolver o hábito de lavar as mãos antes de comer é essencial. Isso porque, mesmo que esteja comendo com uma colher ou garfo, em algum momento a criança levará a mão ao alimento e, consequentemente, para a boca.

Lavando as mãos é possível remover germes e vírus. Como por exemplo, o Rhinovírus, o principal vírus do resfriado, também transmitido por objetos. 

Além  disso, o uso de álcool em gel pode ser um quebra-galho para a limpeza das mãos, mas se for possível, sempre optar por lavar as mãos com água e sabão. 

Evitar o compartilhamento de objetos

Uma vez que o vírus é transmitido por objetos, se uma criança que tem uma garrafinha de água, por exemplo, compartilhar com um colega, essa outra criança pode acabar adquirindo o vírus também. E essa dica vale tanto para objetos quanto para alimentos, uma vez que é comum a troca de alimentos entre crianças.

Assim, é importante ensinar para a criança que objetos pessoais, como garrafinhas e escovas, não devem ser compartilhados, sempre dando o exemplo.

Ventilação do ambiente

É importante que exista uma circulação de ar no ambiente para que não fique um ar rarefeito. É comum no inverno, por causa do frio, fecharmos todas as janelas. No entanto, dessa forma não existe a substituição do ar, contribuindo para acumular mais partículas virais.

Então, se o clima permitir, é interessante realizar a ventilação do ambiente abrindo uma janela e deixando o ar circular. Caso não seja possível, podemos recorrer ao ar condicionado, mantendo a temperatura entre 22ºC e 24ºC e umidificando o ambiente, desde que a limpeza e manutenção do ar condicionado seja regular.

Se não tiver um umidificador, não tem problema! A umidificação pode ser realizada com um balde ou bacia com água no ambiente, para haver uma evaporação e, consequentemente, umidade.

Alimentação regular

O melhor medicamento para o aumento da imunidade da criança é uma alimentação rica em nutrientes e regular. Não existe nenhum medicamento capaz de aumentar a imunidade de uma criança. 

É importante que exista uma rotina de alimentação saudável. Se a criança tiver uma alimentação regular e com horários definidos, ela vai ter uma imunidade melhor. Isso porque o organismo da criança pequena exige uma renovação de energia a todo o momento. 

A recusa alimentar é o primeiro sinal de que uma possível infecção está chegando. Por exemplo, se uma criança de 1 ano, que costuma comer bem e tem cerca de 5 refeições por dia começa a recusar a alimentação ou aceita muito pouco, ela deve ficar em observação, pois no dia seguinte poderá ter febre novamente.

Isso se justifica pelo fato de que a criança poderia estar incubando um processo viral, provavelmente respiratório. Aqui no Ranieri, quando uma criança apresenta um quadro febril, a encaminhamos para a enfermaria, diminuindo o risco de transmitir o vírus para os colegas.

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Além disso, o Dr. Cândido dá uma dica importante para os pais: a criança que apresentou febre no domingo, não deve ir para a aula na segunda-feira, mesmo que tenha acordado sem febre após ter sido medicada. A probabilidade de a criança ir para escola e apresentar febre novamente é alta. Além disso, o primeiro momento da infecção respiratória é altamente contagioso, pois é a fase mais rica de vírus durante a infecção respiratória. Por isso, a criança acaba por ir para a escola correndo o risco de transmitir esse vírus para os colegas.

Cuidado com a quantidade de roupa

A pele da criança por ser mais fina e mais delicada não a protege do frio como a pele de um adulto, mas não há necessidade de vestir o bebê de forma excessiva. A roupa deve estar em equilíbrio com o ambiente para manter a temperatura interna da criança.

Ter a vacinação em dia

Para uma criança estar bem imunizada, é importante que o calendário vacinal vigente hoje em nosso país seja seguido. Mais que isso, seguir os prazos e datas de vacinação é essencial. Se a segunda dose de uma vacina deve ser dada 60 dias após a primeira dose, é de extrema importância que essa data seja respeitada para que os resultados da vacinação sejam eficazes.

Em nosso Berçário, acreditamos ser importante também que a vacinação dos nossos colaboradores esteja em dia, trazendo mais segurança para o ambiente que as crianças convivem.

Como “aumentar” a imunidade da criança

O Dr. Cândido deixa claro que nenhum remédio, mesmo que fitoterápico, é capaz de aumentar a imunidade. Mas, recomenda alguma práticas preventivas que contribuem para formar uma boa imunidade naturalmente: 

  • Garantir que a criança coma bem;
  • Estimular que brinque em área aberta e respire um ar mais puro;
  • Passear aos fins de semana.

Principais sinais de alerta das doenças respiratórias

Essas infecções têm, nas crianças, uma evolução muito benigna e na grande maioria dos casos são até auto curaveis. O próprio organismo responde de forma natural. A criança acaba por evoluir com febre, fica abatida, tem tosse e secreção, porque tudo isso faz parte do quadro. Mas, depois, ela vai evoluir para a cura.

No entanto, se a partir do 3º dia, a criança, ao invés de apresentar melhora no estado geral, começar a ficar mais “caidinha”, começar a ter febre mais contínua e não responder aos estímulos de interação, enquanto normalmente é alegre e com energia, ela deverá ser avaliada por um médico imediatamente. Nesses casos, ela pode estar apresentando um quadro infeccioso com complicação do quadro viral, podendo se tornar outros tipos de infecção, como de ouvido, por exemplo.

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