É possível viver uma maternidade sem culpa?

Um estudo revelou que 51% das mães brasileiras de crianças de até três anos sentem culpa na maternidade. Elas se sentem culpadas em relação aos bebês, por acharem que poderiam fazer mais por eles.Os dados fazem parte da pesquisa “Parentalidade Real” realizada pelo instituto On The Go e encomendada pela Huggies. 

Simone Fuzaro, convidada deste episódio, é fonoaudióloga, educadora e orientadora familiar e acredita que a culpa nasce antes da criança até. As expectativas romantizadas pela própria mãe acerca da maternidade e a responsabilidade social atribuída a elas certamente é um fator que contribui para essa sensação de culpa. Afinal, gerar uma vida é algo muito grande.

Além disso, segundo a mesma pesquisa, as mães afirmam que se sentem julgadas pela forma como criam os seus filhos. Em uma sociedade com pessoas imediatistas e que procuram perfeccionismo em tudo o que fazem, o peso do erro, que surge pelas próprias mães, é constante. A orientadora familiar acredita que a falta de clareza nas ações desses pais é um dos principais motivos para esse sentimento. 

Além disso, fala também sobre o fato de a sociedade moderna dar muito valor para sensações. A sensação de estar sendo julgada, de estar errada, de não estar fazendo o melhor para o filho, mas, será que esse julgamento está realmente acontecendo ou é apenas um sentimento? Por isso, acredita ser muito importante que os pais se descolem um pouco do sentimento e assumam o papel de 1ª pessoa na criação dos seus filhos, estando no comando da situação. 

Também, historicamente, as mulheres eram preparadas, na própria família, para serem mães. Atualmente, isso não acontece. As pessoas são preparadas para a vida profissional, e não mais para serem pais e mães. Dessa forma, isso contribui para a imaturidade ao assumir esse papel e, na vida real, essa perfeição não existe. A arte de educar é aprender com o erro e, conseguir tirar deste erro, aprendizados.

Numa família, cada um tem uma função, tal qual uma equipe. E é importante que exista uma cooperação entre os parceiros. A mãe, por ter  um vínculo mais próximo – uma vez que o filho teve a vida gerada dentro dela – pode acabar sendo superprotetora, então, o pai (numa relação heteroafetiva), é quem tem que entrar, percebendo que isso está acontecendo. Dessa forma, para vencer essa culpa, é necessário que haja essa parceria madura entre os pais.

As educadoras terminam a conversa com uma mensagem positiva para todas as mães que sentem essa pressão no seu dia a dia. Você, mãe, é a pessoa certa para guiar o seu filho no caminho da vida. Mas, lembre-se que esse caminho não é a perfeição. Então, não idealize. O melhor é o seu melhor todos os dias! E, Simone acrescenta algumas dicas: busque informações sólidas, com pessoas que vocês vejam que tem princípios para falar sobre o assunto. E, já com essas informações, sigam em frente com o que acreditam ser melhor para a sua criança