Nomofobia: o vício em celular que está impactando as crianças e jovens

Entenda as consequências dela, como refletem nas relações interpessoais e porque é importante falarmos sobre.

Vivemos em uma era digital em que a tecnologia está presente em praticamente todos os aspectos de nossas vidas. Um dos objetos mais marcantes da evolução tecnológica é o celular, que se tornou indispensável para muitas pessoas. No entanto, o uso excessivo desse dispositivo pode gerar uma série de problemas. 

No Brasil, as pessoas passam aproximadamente 16 horas do dia acordadas e, mais da metade desse tempo, é destinado ao uso de smartphones e computadores. A plataforma Electronics Hub, a partir da pesquisa Digital 2023: Global Overview Report da DataReportal, concluiu que o Brasil é o segundo país com mais pessoas em frente a uma tela.

São cerca de 56,6% das horas acordadas em frente a telas, aproximadamente nove horas por dia.

O que é Nomofobia?

A nomofobia é o medo irracional de ficar sem o celular ou de perder o acesso à internet. Ela está impactando diretamente as crianças, jovens e, também, os adultos, trazendo consequências significativas para as relações interpessoais.

O termo é oriundo do termo, em inglês “no mobile”, junto ao sufixo “fobia”, e já possui um CID (Classificação Internacional de Doenças), pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia também: Como incentivar o bom uso das redes sociais nos adolescentes?

Sintomas da nomofobia

  • O imediatismo e a falta de paciência é uma característica destes usuários;
  • Irritabilidade e estresse;
  • Ansiedade;
  • Tristeza excessiva;
  • Isolamento.

Fique de olho nesses sintomas e observe o que sente quando se afasta ou está sem o seu celular. Algumas perguntas que você pode se fazer:

  • Fica ansioso?
  • Acha que pode acontecer algo e você está sem o celular para comunicar para alguém?
  • Como você se sente quando está na rua e percebe que o seu celular irá ficar sem bateria?

Claro, nenhuma dessas perguntas irão afirmar se você tem nomofobia ou não, mas o intuito é gerar uma reflexão acerca de como estamos usando o celular no dia a dia e o quanto temos sido dependentes dele.

Consequências nas relações interpessoais

O problema está, também, quando as relações virtuais se sobrepõem às relações pessoais e presenciais.

O ser humano é um ser social, ou seja, precisamos estar nos relacionando com outras pessoas, compartilhando momentos e experiências. Sem dúvida, elas são essenciais para o desenvolvimento socioemocional de cada um de nós, principalmente na infância e adolescência, onde ainda estamos nos formando como pessoas.

Um dos sintomas mais evidentes da nomofobia é a dificuldade de se desconectar do mundo digital para viver experiências reais. 

Muitos jovens passam horas nas redes sociais, jogos online ou consumindo conteúdo digital, negligenciando o contato presencial com amigos e familiares. Isso pode levar a uma diminuição na qualidade das relações interpessoais, afinal, a comunicação virtual nem sempre consegue suprir as necessidades emocionais e sociais que só o contato humano pode proporcionar.

Além disso, o vício em celular contribui para o isolamento social e a ansiedade. Quando uma pessoa se torna dependente do celular para se sentir conectada ao mundo, ela corre o risco de se afastar do convívio social real, o que pode gerar sentimentos de solidão e inadequação. 

Por que devemos promover um uso consciente do celular?

É fundamental que pais e educadores estejam atentos aos sinais da nomofobia e busquem promover um uso saudável e equilibrado da tecnologia. 

Incentivar atividades offline, como esportes, artes e convívio social presencial, é crucial para que as crianças e jovens possam desenvolver habilidades interpessoais e emocionais essenciais para uma vida saudável. 

Aqui no Ranieri, por exemplo, oferecemos as aulas de Educação Tecnológica para os Anos Iniciais, em que conseguimos promover debates críticos entre os estudantes sobre o uso das tecnologias e, principalmente, do celular no dia a dia.

A nomofobia representa desafios reais para a saúde mental e as relações interpessoais, principalmente, das crianças e jovens. Por isso, é importante que os pais e responsáveis e nós, educadores, conscientizemos sobre os riscos desse comportamento e incentivemos o uso consciente e responsável da tecnologia.

Confira também: